domingo, 26 de maio de 2013

Para Ler e Refletir.

Meu Trechos favorito da obra "Vidas Secas".

“Fabiano ouviu os sonhos da mulher, deslumbrado, relaxou os músculos, e o saco da comida escorregou-lhe no ombro. Aprumou-se, deu um puxão à carga. A conversa de Sinhá Vitória servira muito: haviam caminhado léguas quase sem sentir. De repente veio a fraqueza. Devia ser fome. Fabiano ergueu a cabeça, piscou os olhos por baixo da aba negra e queimada do chapéu de couro. Meio dia, pouco mais ou menos. Baixou os olhos encandeados, procurou descobrir na planície uma sombra ou sinal de água. Estava realmente com um buraco no estômago. Endireitou o saco de novo e, para conservá-lo em equilíbrio, andou pendido, um ombro alto, outro baixo. O otimismo de Sinhá Vitória já não lhe fazia mossa. Ela ainda se agarrava a fantasias. Coitada. Armar semelhantes planos, assim bamba, o peso do baú e da cabeça enterrando-lhe o pescoço no corpo.”

"...Ele, a mulher e os filhos tinham se habituado à camarinha escura, pareciam ratos..."

"Um dia...Sim, quando as secas desaparecessem e tudo andasse direito...Seria que as secas iriam desaparecer e tudo andaria certo?Não sabia..."

"...Na beira do rio haviam comido o papagaio, que não sabia falar. Necessidade...."


"...Naquele momento Fabiano lhe causava grande admiração. Metido nos couros, de perneiras, gibão e guarda-peito, era a criatura mais importante do mundo..."

Por: Siara Souza.

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